Clube Barista: Destaques do Espaço Café Brasil

O Espaço Café Brasil de 2011 surpreendeu e superou as expectativas. Estive na edição passada e foi muito mais agradável circular tranquilamente pela feira, que conseguiu reunir exatamente quem interessava: os diversos produtores, empreendedores, profissionais e apreciadores do café de qualidade.

A Copa Barista teve várias novidades. As mais significativas foram a redução do tempo de apresentação para 10 minutos, serviço de apenas um par de cada bebida (e não dois pares, como acontece no Campeonato Brasileiro), o preparo livre do drink de assinatura, sem a obrigatoriedade do espresso, e o latte art sorteado para o cappuccino, na final. Entre os participantes, vários novatos, o que mostra a renovação característica do universo do barismo. Uma forte tendência nos drinks foi o sabor agridoce, e uso de frutas amarelas e cítricas. Mas os troféus ficaram com veteranos ousados.

Léo Moço, bicampeão da Copa (de um total de apenas três edições), foi batido nas semifinais por Lucas Salomão, e levou o terceiro lugar. A disputa final ficou entre os baristas Lucas Salomão (São Paulo) e Kaká Diniz (nascido paulista, mas que já foi adotado por Minas por afinidade). O primeiro lugar ficou com o Lucas, mas os dois baristas se destacaram pela ousadia. O campeão usou um café da Guatemala e serviu cappuccinos que impressionaram os juízes pelo sabor que lembrava queijo (sim, queijo) e foi muito elogiado. Kaká teve o que considerei o melhor preparo para a competição. O barista desenvolveu cinco receitas de drinks, e as utilizou conforme o perfil do competidor adversário em cada rodada.

Ficha de avaliação sensorial: os critérios que definiram os campeões foram a criatividade, habilidade e sabor das bebidas.

Eder (SP) e Emerson (RJ), competidores da Copa

Equipe avalia as probabilidades e define estratégias para o competidor

Baianos marcam presença na Copa Barista, após excelentes resultados no Campeonato Brasileiro deste ano

Lucas Salomão e Kaká Diniz: a prova de que a Copa Barista é uma competição de velocidade e criatividade.

Novas propostas foram lançadas no Espaço Café. Balizado pelos estreitos padrões de torra de Isabela Raposeiras e pela mixologia precisa de Marco de La Roche, o Martins Café trouxe a público um café com 'cara de futuro e gosto de passado'. Na embalagem, robôs modernóides combinados com tons pastéis retrô de rosa, verde e azul. Dentro do pacote, café resultante de processos produtivos e torra visando a um café de qualidade, harmonizado com anis, canela, cardamomo ou noz moscada. Um convite à degustação de antigos sabores, de forma tradicional, sem precisar de aromatizantes artificiais. Nada mais que especiarias moídas por uma equipe acostumada a preparar cafés em extrações compostas, geralmente alcoólicas.

O meu preferido foi o de noz moscada, mais suave e que ressaltou de forma bem elegante as características do café. Como afirmou o Marco, vale à pena provar o de anis (anis de verdade é ooutra coisa...), o de canela tem seu público e a refrescância potente do cardamomo sempre me encanta. Ponto para o Martins Café.

Proposta aprovada por muitos dos mais exigentes em matéria de café. Sabor que certamente agradará a paladares simples e aguçados.

Os robôs, sobre papel de parede com motivo retrô

Equipamentos de ponta, design do fundo do baú

Meu robô favorito

"Curtiu? Eu que fiz."

"Moemos cardamomo a semana toda, mas valeu à pena."

Foi a vez, a voz e a moda das mulheres que ditou o ritmo do evento. Em homenagem às mulheres do café, que se reuniram em torno de propósitos comuns durante o Espaço Café Brasil, a fabricante de torradores Atilla desenvolveu um torrador que levou a eficiência delas ou universo deles. A estratégia da empresa ao exibir o torrador cor-de-rosa foi também apoiar o movimento contra o câncer de mama, que acontece em outubro .

Estratégia que encheu a bola feminina

Torrador 'fofo': foi exposto durante a reunião das Mulheres do Café

As mulheres mereceram todo o destaque no Espaço Café Brasil. Apoiada pela Café Editora, SEBRAE e diversas entidades, Josiane Cotrim Macieira reuniu esforços para, enfim, assinar a Carta de Intenções que funda, oficialmente, o capítulo brasileiro da Aliança Internacional das Mulheres do Café (IWCA, na sigla em inglês). Mulheres de diversas regiões produtoras, trabalhadoras do café na fazenda, na indústria, no laboratório e na cafeteria se sentaram, durante dois dias, para revelar seus desejos, sonhos, expectativas e propósitos para suas famílias, seus negócios e o café brasileiro como um todo.

As representantes da IWCA Internacional, Mery Santos (Venezuela) e Linda Smithers (EUA), conduziram as discussões que levaram à Missão e aos Objetivos estabelecidos pelas Mulheres do Café no Brasil. Entre os temas abordados, destacaram-se a necessária visibilidade à mulher na cadeia produtiva e objetivos gerais com foco em posicionamento de mercado, desenvolvimento e capacitação, políticas públicas e permanência no campo.

Em novembro, acontece em Belo Horizonte o primeiro encontro da Aliança Brasileira e a formação do comitê, presidido por Josiane Cotrim. As mulheres do café estão só começando.