Preparando café, cada dia.

O Clube Barista tem o objetivo de difundir as boas práticas do barismo e o entusiasmo em cada xícara.

O Blog é um espaço aberto para a discussão sobre café e barismo entre profissionais e apreciadores. Comentários, idéias e ações são muito bem-vindos! Quem quiser, agarre sua xícara e sirva-se à vontade.

Participe, compatilhe!

Helga Andrade, Barista.

Divinolândia, SP

Cruzando a fronteira do café-com-leite, logo depois de Poços de Caldas, conheci uma ‘pequena jóia incrustada na serra’, no lado paulista da Mantiqueira. Assim diz o hino de Divinolândia, um município que cresceu sobre um solo fértil, originado das formações rochosas ricas em minerais como ferro, feldspato, bauxita e fósforo.

Há também outros indícios, quiçá divinos, de uma terra em que tudo nasce: clima tropical de altitude, com médias entre 18 e 24°C, pluviosidade média de 1200 a 1500 mm por ano e uma rica diversidade de fauna e flora. O caminho que liga a mineira Poços de Caldas à paulista Divinolândia pode ser cansativo pelas curvas sem fim, mas encanta pela paisagem de montanha, que declara a grande riqueza do solo divinolandense: um mar de micro-talhões de café.


O café nas encostas, a 1300 metros de altitude. Os bananais compõem também grande parte da paisagem.



Se o nome dessa cidade lhe parece familiar, não é à toa: seus habitantes comemoraram na semana passada o prêmio de melhor café na categoria Natural, no Concurso de Qualidade dos Cafés do Estado de São Paulo, produzido pelo divinolandense Célio Ferreira, do Sítio Bela Vista da Fumaça. Esse prêmio foi resultado de um trabalho focado na qualidade dos cafés, que vem sendo realizado no município com o apoio do Sindicato Rural e da APROD – Associação dos Cafeicultores de Montanha de Divinolândia.

Entre as conquistas, está o concurso de qualidade de café em nível municipal, realizado em parceria com o Instituto Agronômico de Campinas (IAC), já no 6o ano. O concurso deste ano homenageou um pesquisador do IAC conhecido de muitos de nós, em sua trajetória pela democratização da informação na cafeicultura: Sérgio Parreiras Pereira, ‘o Sergião do Peabirus’.

Mulheres do Café em Divinolândia

Paralelamente aos esforços pela melhoria da qualidade dos cafés produzidos, um grupo entusiasmado chama a atenção de quem se atreve a invadir a casa e a vida desses cafeicultores familiares. Inicialmente, se poderia dizer que são esposas e filhas de cafeicultores, que resolveram se reunir para entender melhor sobre o negócio dos homens da família. Um olhar mais atento, entretanto, identifica entre elas as próprias chefes de família, empreendedoras e sonhadoras do café.

Desde que reunimos pela primeira vez (em outubro de 2011) um grupo para vislumbrar novas possibilidades para a mulher do café no Brasil, muitas surpresas têm aparecido, vindas de muitos lugares. Descobrimos que, mesmo em territórios diferentes – nas 11 regiões produtoras demarcadas, além da indústria e do serviço do café –, falamos a mesma língua. Em Divinolândia, tivemos a oportunidade de comprovar isso mais uma vez, conversando sobre os desafios das mulheres dessa localidade. Mais um passo dado, na busca pela sensibilização de mulheres da cadeia do café. Em breve, o passo será a oficialização de uma aliança que dê voz a todas elas: a IWCA Brasil.

Turismo Rural na Agricultura Familiar

Em uma parceria com o Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (SENAR/AR-SP), o Sindicato Rural de Divinolândia promoveu, pelo segundo ano consecutivo, o Programa de Turismo Rural no município. O curso, ministrado pelo instrutor Luiz Carlos da Silva Mapelli, aborda projetos de valorização do patrimônio cultural e natural, a formatação de produtos turísticos de acordo com o potencial local e culmina em um festival gastronômico. O tema de 2011 foi a influência italiana na cultura divinolandense, e no dia 10 de novembro foi realizado o 'Festival Polenta Nostra'. Uma dupla comemoração: o sucesso do curso e o prêmio de melhor café natural de São Paulo.

Como disse o poeta João Baptista Martins, Divinolândia brilha dentro de sua coroa de serras. A terra paulista do Divino, dos cafezais, batatais e bananais, valeu a visita e merece um retorno em breve.


Rastreabilidade do café: busca constante pela qualidade aliada à sustentabilidade.

Rute e Carmen, mulheres do café que me mostraram Divinolândia.


De todos os ângulos: a paisagem divinolandense.

Depois do Concurso de Qualidade, os produtores têm acesso às impressões dos juízes sobre seus cafés, afixadas e disponíveis para o público no mural do Sindicato Rural.

Nossa reunião com as mulheres do café: conhecendo melhor a  proposta da IWCA no Brasil.

Cardápio do Festival Polenta Nostra: porpeta, linguiça e sorvete de cappuccino.

Os anfitriões do festival, vestidos a caráter.

Na mesa principal, exibição dos principais produtos artesanais do município.

O delicioso sorvete de cappuccino.

A segunda turma do Programa de Turismo Rural do SENAR.

Francisco Sérgio Lange, que gentilmente me convidou para conhecer Divinolândia, e as meninas do sindicato, que me receberam tão bem: Maryelli, Ellen e Niely.

Dona Cecília, produtora. Professora formada na cidade, se mudou para a roça quando se casou com um agricultor.  Ela e seu marido nos contam um pouco da sua história, gracejando sobre os episódios da mocidade.

Dona Ana Rita, produtora. Enquanto eu andava com dificuldade para conseguir a melhor visão do seu cafezal, ela perdeu a conta de quantas vezes subiu o mesmo caminho, com o saco de adubo nas costas.


Fonte: Sindicato Rural de Divinolândia e Almanaque Cultural elaborado pela I Turma de Turismo Rural.

Um comentário:

  1. Olá Helga!!!
    Divinolândia é realmente apaixonante!! Descobri a beleza desta cidade e das pessoas daí. Se quiser... fiz um post sobre o 6º Concurso de Qualidade de café: http://www.mexidodeideias.com.br/index.php/eventos/6o-concurso-de-qualidade-de-cafe-de-divinolandia/

    Parabéns pelo post!!
    Abraços,
    Kelly

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